segunda-feira, agosto 23, 2010

Madre Teresa de Calcutá no centenário do seu nascimento



No dia 26 de Agosto assinalam-se os 100 anos do nascimento de Madre Teresa de Calcutá. Uma ocasião para relembrar a vida e a obra desta santa missionária, beatificada por João Paulo II em 2003.
Na Índia, “pátria adoptiva” da missionária, que ali exerceu grande parte do seu trabalho, os festejos começaram dia 17, com uma vigília geral de oração, para todas as paróquias de Calcutá.
Esta cidade, sede da Casa Mãe das Missionárias da Caridade, congregação fundada por Madre Teresa, prevê abrir oficialmente as comemorações no dia 26, com uma celebração eucarística presidida por D. Telesphore Toppo, arcebispo de Ranchi.
Para honrar a “missionária do século XX”, estão previstos um conjunto de programas no território indiano, desde simpósios, espectáculos de dança e teatro, organizados pela Conferência Episcopal da Índia, com a colaboração da UNESCO.
O presidente indiano, Pratibha Patil, vai proclamar a data de nascimento de Madre Teresa, como “Dia de Jornada Nacional pelos Órfãos”, reconhecendo assim o trabalho da Beata, em favor das crianças vítimas de abandono e solidão, no país.

Um pouco por todo o mundo, são muitas as iniciativas preparadas para comemorar este centenário, em especial nas republicas da antiga Jugoslávia, que têm uma ligação muito forte com aquela figura histórica da Igreja.
Na República da Macedónia, terra natal de Madre Teresa, os festejos vão durar até ao final deste ano. No dia 26 vai decorrer uma sessão de homenagem em Skopje, levada a cabo pelo parlamento macedónio, após a qual será apresentado o prémio nacional “Madre Teresa”.
Na Sérvia, a data será assinala com uma missa solene na Catedral do Sagrado Coração, presidida por D. Stanislav Hocevar, arcebispo de Belgrado. A ocasião servirá para inaugurar uma exposição de fotografia, da autoria do croata Zvonimir Atietic, na Casa Memorial “Madre Teresa”.
Filha de pais albaneses, a missionária vai ser honrada com uma peregrinação nacional até à Catedral de Vau-Dejes, na Albânia, seguida de uma eucaristia presidida por D. Rrok Kola Mirdita, arcebispo de Durres-Tirana.
Por sua vez, o Kosovo decidiu proclamar 2010 como o “Ano de Madre Teresa”, e vai celebrar no dia 5 de Setembro uma festa litúrgica, dedicando a Madre Teresa uma igreja-santuário em Pristina.
Em Roma, o Cardeal Angelo Comastri, vigário geral do Papa para a Cidade do Vaticano, vai presidir a uma missa na Basílica de São Lourenço, no dia 26. Nela irá participar a congregação das Missionárias da Caridade, que se encontram presentes na capital italiana.
Em outras cidades da Europa irão decorrer várias vigílias de oração e celebrações eucarísticas, como por exemplo em Madrid, Copenhaga e Mónaco.

Fonte: Rádio vaticano

domingo, agosto 15, 2010

Assunção de Maria


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"Neste dia 15 de agosto celebramos a festa da Assunção de Maria.
(...)
Juntamente com essa Solenidade, neste ano coincidente com o domingo, para onde sempre é transferida, o mês vocacional recorda-nos a vocação à vida religiosa, à vida consagrada. Essa vida é um sinal atual daquilo que a Assunção de Maria nos indica como as últimas verdades da vida humana: todos somos destinados à santidade e à contemplação de Deus na visão beatífica.

Foi necessária, a 1º de novembro de 1950, a Igreja, através do Papa Pio XII, proclamar essa convicção que já vinha sendo confessada pelo povo de Deus desde os inícios do cristianismo – é o dogma da assunção de Maria ao céu em corpo e alma. Na Igreja Oriental já era celebrada a chamada Festa da Dormição de Maria, ela que, isenta do pecado, entregou-se definitivamente ao Pai ao final de sua vida terrestre.
É uma feliz oportunidade nestes tempos de tantas confusões com relação à antropologia para ressaltar a integridade e a dignidade do corpo humano, corpo este que é um constitutivo da própria personalidade do homem. Pensemos nas atrocidades que são noticiadas a cada dia contra o corpo e reflitamos mais além: aquelas outras que não aparecem nas páginas dos jornais e nem nas telas da televisão! Perdemos o respeito pelo ser humano! Acredito que esta oportunidade será uma ótima ocasião para que, diante da Assunção de Maria, retomar as reflexões importantíssimas sobre este assunto.

A Assunção de Maria é a negação de toda forma de indignidade do indivíduo, uma resposta brilhante e salutar ao ser humano. É uma oportunidade, portanto, para meditarmos sobre o verdadeiro significado e valor da vida humana. Somente com a fé é que temos esperança de um mundo melhor, um “novo céu, e uma nova terra”.
Maria é o sinal para todos nós, Igreja, daquilo que somos chamados a viver. Por isso, esta solenidade também nos recoloca a reflexão sobre o nosso fim último. Não nos coloquemos à margem desta Assunção Mariana, mas que ela seja um princípio de nossa própria ressurreição, quando nos encontraremos em felicidade plena junto a Deus, tal como Maria está no tempo hodierno. Na sua Glória, ela é um de nós: corpo e alma.

Além disso, no pensamento sobre a vida futura que teremos junto a Deus, toda a vaidade, todo o egoísmo fica para trás e torna-se efêmero, inútil. A festa da Assunção desprende-nos do transitório, do descartável, e reporta-nos para a segurança definitiva que somente teremos em Deus.
Não é uma alienação da realidade, ao contrário: conhecendo para onde vamos, somos chamados a viver ainda melhor o nosso dia a dia. Tudo o mais, inclusive a nossa existência, deverá, então, estar em função desse fim último: Deus. Assim, tudo o que vivermos já aqui será uma graça para a nossa vida, pois disputaremos a labuta cotidiana com o pensamento no transcendente, e, portanto, santificando principalmente os nossos afazeres e o nosso contato com os irmãos.

É também nesse sentido que a vida religiosa e consagrada pode nos ajudar a vivenciar esses valores do Reino com intensa caridade e disponibilidade: sinais escatológicos!
Assim, nesta festa mariana somos chamados a viver na confiança para além da morte, para além do sofrimento, para além da tristeza e a participar na felicidade do céu, quando Deus realizará tudo em todos.
Nossa Senhora da Assunção, da Glória, não está longe de nós, ao contrário, continua próxima de seus filhos, aos quais ouve e convida a ouvir o Seu Filho Jesus. Sob seu abrigo maternal está o seu coração de mãe, que ainda bate e sofre conosco.
E assim, com ela podemos meditar como São Paulo: “Nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem os principados, o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura poderá nos separar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm 8,38-39)"

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.


Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro



sábado, agosto 14, 2010

Centralidade de Cristo Crucificado na celebração litúrgica

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"Hão-de olhar para Aquele que trespassaram". 
Por Mauro Gagliardi
Consultor do Instituto de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice

Neste tempo da Quaresma, não há como não pensar que o grande mistério do sagrado Tríduo, ao fim destes quarenta dias, nos fará meditar e viver novamente, no hoje da liturgia, a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Um auxílio neste caminho de conversão está na meditação da centralidade da Cruz no culto e, consequentemente, na vida dos Cristãos. As leituras bíblicas da Missa da Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro) apresentam, entre outras coisas, o tema do olhar. Os Israelitas devem olhar para a serpente de bronze erguida num poste para serem curados do veneno das serpentes (cf. Nm 21,4-9). Jesus, no Evangelho desta celebração litúrgica, diz que ele deve ser levantado da terra como a serpente mosaica, para que todos os que nele crerem não pereçam, mas tenham a vida eterna (cf. Jo 3,13-17). Os Israelitas olharam para a serpente de bronze, mas tiveram que fazer uma to de fé no Deus que cura. Para os discípulos de Jesus, entretanto, há uma perfeita convergência entre “olhar para” e acreditar: a fim de obter a salvação, deve-se acreditar naquele para quem olha: o crucificado e Ressuscitado, e viver de um modo consistente com esta visão fundamental.

Esta é a intuição fundamental do uso litúrgico tradicional, de acordo com o qual o ministro sagrado e os fiéis estão juntos voltados para o crucificado. Na época em que a celebração de frente para o povo veio a ser usada, surgiu o problema da posição do sacerdote ao altar, porque agora ele estava dando as costas para o tabernáculo e o crucifixo. Inicialmente, restaurou-se em vários lugares o tabernáculo em forma de caixa colocado sobre o altar separado da parede: desta forma o tabernáculo ficou entre o sacerdote e os fiéis, de modo que, ainda que uns e outros se olhassem, o ministro sagrado e os fiéis poderiam olhar para o Senhor durante a Liturgia Eucarística. Esta solução provisória, todavia, foi logo substituída, principalmente com base na convicção de que esta disposição do tabernáculo gerou um conflito de presenças: não se poderia manter o Santíssimo Sacramento no altar da celebração, porque poria em contradição as diferentes formas da presença de Cristo na liturgia. Enfim, isto se resolveu pelo deslocamento do tabernáculo para uma capela lateral. Havia ainda o crucifixo, para o qual o celebrante continuava dando as costas, já que, como regra, ele permanecera ainda no centro. Isto foi resolvido ainda mais facilmente, provendo que ele fosse agora colocado num lado do altar. Assim, com certeza, o ministro não mais lhe dava as costas, mas a imagem do Senhor crucificado perdeu sua centralidade e, em todo caso, o problema não foi resolvido, consistindo no fato de que o sacerdote ainda não podia “olhar para o Crucificado” durante a liturgia.

[31625548se0.jpg]As normas litúrgicas, estabelecidas para a corrente Forma Ordinária do Rito Romano, permitem colocar o crucifixo e o tabernáculo em posições separadas, entretanto isto impede uma discussão continuada sobre a maior conveniência de sua colocação no centro, como deve ser para o altar. Isso é verdade de modo especial para a imagem do Crucificado. A Instrução "Eucharisticum mysterium", de fato, afirma que “em razão do sinal” (ratione signi, n. 55), é melhor que sobre o altar em que a Missa é celebrada não seja posto o tabernáculo, porque a presença real do Senhor é fruto da consagração e deveria ser vista como tal. Isto não exclui que o tabernáculo como regra permaneça no centro do edifício litúrgico, especialmente onde há a presença de um altar antigo, que esteja agora atrás do novo altar (ver n. 54, no qual entre outras coisas se fala da licitude da colocação do tabernáculo no altar voltado para o povo). Ainda que esta seja uma questão complexa e venha a requerer uma mais profunda reflexão, alguém provavelmente pode reconhecer que mover o tabernáculo do altar da celebração versus populum (ou seja, o altar novo) tem alguns argumentos mais em seu favor, uma vez que não se baseia apenas no conflito das presenças, mas no princípio da verdade dos sinais litúrgicos. Mas não se pode dizer o mesmo do crucifixo. Se a centralidade do crucifixo é eliminada, pode resultar que o entendimento comum do significado da liturgia corra o risco de ser distorcido.

É óbvio que o “olhar para” não pode ser reduzido a um mero gesto exterior, feito com a simples direção dos olhos. Diferentemente, é principalmente uma atitude do coração, que pode e deve ser mantida seja qual for a orientação assumida pelo corpo de quem reza e seja qual for a direção a que se olhe durante a oração. Todavia, no Cânon Romano, também no Missal de Paulo VI, há a rubrica que requer que o sacerdote eleve os olhos para o céu logo antes de pronunciar as palavras da consagração sobre o pão. A orientação do espírito é mais importante, mas a expressão corporal acompanha e confirma o movimento interior. Se é verdade, então, que olhar para o Crucificado é um ato do espírito, um ato de fé e adoração, todavia é verdade que o olhar para a imagem do Crucificado durante a liturgia, ajuda e confirma muito mais o movimento do coração. Nós temos necessidade dos sinais sagrados e dos gestos, os quais, não sendo substitutos, favorecem o movimento do coração que anseia por santificação: isto também significa agir liturgicamente ratione signi (em razão do sinal). A sacralidade do gesto e a santificação de quem reza não são elementos opostos entre si, mas aspectos de uma realidade única.

Se, portanto, o uso da celebração versus populum tem certos aspectos positivos, deve-se, todavia, reconhecer também as suas limitações: em particular o risco de criar um círculo fechado entre o ministro e os fiéis, que relega a segundo plano logo Aquele para quem todos devem olhar com fé durante o culto litúrgico. É possível ir contra os riscos fazendo voltar à oração liturgia a sua orientação, particularmente quanto à Liturgia Eucarística. Enquanto a Liturgia da Palavra tem sua forma mais apropriada com o sacerdote voltado para o povo, parece pastoral e teologicamente mais apropriado usar a opção – reconhecida pelo missal de Paulo VI em suas várias edições – de continuar a celebrar a Eucaristia voltado para o Crucificado. Isto pode ser feito, na prática, de vários modos, inclusive colocando a imagem do Crucificado no centro do altar da celebração versus populum, de modo que todos, sacerdote e fiéis, possam olhar para o Senhor durante a celebração de seu Santo Sacrifício. No prefácio para o primeiro volume de seu Gesammelte Schriften [opera omnia], Bento XVI disse que estava contente por estar ganhando mais e mais espaço uma proposta que ele fez em seu livro Introdução ao espírito da Liturgia. Isto, como o Papa escreveu, consiste em sugerir “que não se proceda com novas transformações, mas simplesmente colocando a cruz no centro do altar, para a qual sacerdote e fiéis possam olhar juntos, para serem guiados neste caminho para o Senhor, a quem todos nós rezamos juntos”.

(© L'Osservatore Romano - 10/09 Março de 2009)

 

sexta-feira, agosto 13, 2010

Santa Madalena Sofia Barat


Nasceu - 12 dezembro de 1779 em Joigny, França


Morreu -
25 de maio de 1865 em Paris

Canonizada -
24 de maio de 1925 pelo Papa Pio XI

Festa Dia
25 de maio

Fundou a
Sociedade do Sagrado Coração

Imagem de
Quattrini por Enrico, 1934

Localização na basílica de São Pedro





Bento XVI aos coroinhas: não entrem na igreja para uma celebração com superficialidade, mas preparem-se interiormente para a Santa Missa!



Catequese do Papa: São Tarcísio, hóstia imaculada ofertada a Deus

Intervenção na audiência geral desta quarta-feira, centrada nos acólitos


CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 4 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos o discurso de Bento XVI na audiência geral desta quarta-feira, na Praça de São Pedro, em que, na presença de milhares de peregrinos, o Papa falou sobre São Tarcísio e o acolitado.

Caros irmãos e irmãs,

gostaria de expressar minha alegria por estar hoje aqui, entre vocês, nesta Praça, onde de forma festiva vocês se reuniram para esta audiência geral, que conta com a presença significativa da grande Peregrinação Europeia dos Acólitos! Queridos meninos, meninas e jovens, bem-vindos! Visto que a grande maioria dos acólitos presentes na Praça é de origem alemã, dirijo-me primeiramente a eles em minha língua materna.

Caros acólitos e amigos, queridos peregrinos de língua alemã, bem-vindos a Roma! Saúdo-os cordialmente. Junto de vocês, saúdo o cardeal secretário de Estado, Tarcísio Bertone, que se chama Tarcísio, como seu padroeiro. Vocês tiveram a gentileza de convidá-lo, e ele, que leva o nome de São Tarcísio, está feliz por estar aqui entre os acólitos do mundo e os acólitos alemães.

Saúdo os queridos irmãos no episcopado e no sacerdócio e os diáconos que quiseram participar nesta audiência. Agradeço de coração o bispo auxiliar da Basileia, Dom Martin Gächter, presidente do Coetus Internationalis Ministrantium, pelas palavras de saudação a mim dirigidas, pelo presente da estátua de São Tarcísio e o foulard que me deu. Tudo isso me faz lembrar do tempo em que também eu era coroinha. Agradeço-o, em nome de vocês, também pelo grande trabalho que realiza em seu meio, juntamente com os colaboradores e aqueles que possibilitaram este alegre encontro. Meu agradecimento vai também para os promotores suíços e para todos que trabalharam de diferentes modos para construir a estátua de São Tarcísio.

Vocês são numerosos! Já ao sobrevoar a Praça de São Pedro em helicóptero eu vi todas as cores e a alegria que está presente nesta Praça! Vocês não só criaram um ambiente festivo na Praça, mas tornaram ainda muito mais alegre o meu coração! Obrigado! A estátua de São Tarcísio chegou até nós depois de uma longa peregrinação. Em setembro de 2008, foi apresentada na Suíça, diante da presença de 8.000 acólitos: certamente alguns de vocês estavam presentes. Da Suíça passou por Luxemburgo e chegou à Hungria. Nós hoje a acolhemos com festa, felizes em poder conhecer melhor este personagem dos primeiros séculos da Igreja.

A estátua – como já disse Dom Gächter – será colocada nas Catacumbas de São Calisto, onde São Tarcísio foi sepultado. O meu desejo é que este lugar, ou seja, as catacumbas de São Calisto e essa estátua, torne-se uma referência para os acólitos e para aqueles que desejam seguir Jesus mais de perto através da vida sacerdotal, religiosa e missionária. Todos podem se encomendar a este jovem corajoso e forte e renovar o empenho de amizade com o Senhor também para aprender a viver sempre com Ele, seguindo o caminho que nos indica com a Sua Palavra e o testemunho de tantos santos e mártires, dos quais, através do Batismo, tornamo-nos irmãos e irmãs.

Quem foi São Tarcísio? Nós não temos muitas notícias. Estamos nos primeiros séculos da história da Igreja, mais precisamente no terceiro século; narra-se que foi um jovem que frequentava as Catacumbas de São Calisto, aqui em Roma, e era muito fiel aos seus compromissos cristãos. Amava muito a Eucaristia e, por vários fatores, podemos concluir que, provavelmente, era um acólito, um servidor do altar. Aqueles eram anos em que o imperador Valeriano perseguia duramente os cristãos, estes sendo forçados a se reunir secretamente em casas particulares ou, por vezes, até mesmo nas Catacumbas, para ouvir a Palavra de Deus, rezar e celebrar a Missa. Mesmo o costume de levar a Eucaristia aos doentes e prisioneiros tornava-se cada vez mais perigoso.

Um dia, quando o sacerdote perguntou, como de costume, quem estava disposto a levar a Eucaristia aos outros irmãos e irmãs que aguardavam, o jovem Tarcísio levantou-se e disse Tarcísio: "Envie-me". Aquele menino parecia demasiado jovem para um serviço tão exigente! "Minha juventude – disse Tarcísio – será o melhor refúgio para a Eucaristia". O sacerdote, convencido, confiou-lhe o Pão precioso, dizendo: "Tarcísio, lembre-se de que um tesouro celeste é confiado ao seu frágil cuidado. Evite as ruas movimentadas e não se esqueça de que as coisas santas não devem ser dadas aos cães e nem as pérolas aos porcos. Guardará com fidelidade e segurança os Sagrados Mistérios?".

"Morreria – diz Tarcísio – antes de cedê-los". Ao longo do caminho, ele encontrou alguns amigos na rua, que, aproximando-se, pediram-lhe que se unisse a eles. Diante de sua negativa, eles – que eram pagãos – o consideraram suspeito e insistente, e perceberam que portava alguma coisa junto ao peito, a qual parecia defender. Tentaram tomá-la, mas em vão; uma luta muito furiosa se deu, sobretudo quando vieram a descobrir que Tarcísio era cristão; eles o espancaram, atiraram pedras, mas ele não cedeu. Morrendo, foi levado ao sacerdote por um oficial pretoriano de nome Quadrato, que era cristão em segredo. Chegou sem vida, mas ainda segurando firme no peito um pequeno linho com a Eucaristia. Ele foi imediatamente sepultado nas Catacumbas de São Calisto.

O Papa Dâmaso I fez uma inscrição para a tumba de São Tarcísio, segundo a qual o jovem morreu no ano 257. O Martirológio Romano lhe fixa a data de 15 de agosto e no mesmo Martirológio reporta-se também uma bela tradição oral, segundo a qual junto do corpo de São Tarcísio não foi encontrado o Santíssimo Sacramento, nem nas mãos, nem entre as suas vestes. Explica-se que a partícula consagrada, defendida com a vida pelo pequeno mártir, tornara-se carne da sua carne, formando assim com o seu próprio corpo uma única hóstia imaculada ofertada a Deus.

Caríssimos acólitos, o testemunho de São Tarcísio e esta bela tradição nos ensinam o profundo amor e a grande veneração que devemos ter pela Eucaristia: é um bem precioso, um tesouro cujo valor não se pode medir, é o Pão da vida, é o próprio Jesus que se faz alimento, sustento e força para o nosso caminho de cada dia e estrada aberta para a vida eterna; é o maior dom que Jesus nos deixou.

Volto-me uma vez mais aos aqui presentes e, por meio de vocês, a todos os acólitos do mundo! Sirvam com generosidade a Jesus presente na Eucaristia. É uma tarefa importante, que lhes permite estar particularmente próximos do Senhor e crescer na amizade verdadeira e profunda com Ele. Guardem com zelo esta amizade em seus corações, como São Tarcísio, pronto a se empenhar, lutar e dar a vida para que Jesus chegasse a todos os homens. Anunciem também aos seus amigos o dom desta amizade, com alegria, entusiasmo, sem medo, a fim de que eles possam sentir que vocês conhecem este mistério, que ele é verdadeiro e amado! Toda vez que vocês se aproximam do altar, têm a sorte de auxiliar o grande gesto de amor de Deus, que continua a querer se doar a cada um de nós, a estar perto, a ajudar, a dar forças para viver bem.

Com a consagração – vocês sabem – aquele pequeno pedaço de pão torna-se Corpo de Cristo, o vinho torna-se Sangue de Cristo. Vocês têm a sorte de viver próximos deste indizível mistério! Desempenhem com amor, com devoção e com fidelidade a tarefa de acólitos; não entrem na igreja para uma celebração com superficialidade, mas preparem-se interiormente para a Santa Missa! Ajudando os sacerdotes no serviço do altar a trazer Jesus mais perto, para que as pessoas possam sentir e perceber ainda mais: Ele está aqui; vocês colaboram a fim de que Ele possa estar mais presente no mundo, na vida de cada dia, na Igreja e em cada lugar. Queridos amigos! Vocês emprestam para Jesus as suas mãos, o seu pensamento, o seu tempo. Ele não deixará de recompensá-los, dando-lhes a alegria verdadeira e a felicidade mais plena. São Tarcísio mostra-nos que o amor pode levar até mesmo à entrega da vida por um bem autêntico, pelo verdadeiro bem, pelo Senhor.

A nós provavelmente não é pedido o martírio, mas Jesus nos pede fidelidade nas pequenas coisas, recolhimento interior, participação interior, nossa fé e esforço para manter presente este tesouro na vida de cada dia. Pede-nos a fidelidade nas tarefas diárias, o testemunho do Seu amor, frequentando a Igreja por convicção interior e pela alegria da sua presença. Assim podemos também dar a conhecer aos nossos amigos que Jesus vive. Neste compromisso, ajude-nos a intercessão de São João Maria Vianney, de quem hoje se marca a memória litúrgica, este humilde pároco da França, que mudou uma pequena comunidade e desse modo deu ao mundo uma nova luz. O exemplo dos santos Tarcísio e João Maria Vianney leve-nos todos os dias a amar Jesus e cumprir Sua vontade, como fez a Virgem Maria, fiel ao Seu Filho até o fim. Mais uma vez obrigado a todos! Que Deus os abençoe nestes dias e um bom retorno aos seus países!

Após a audiência, o Papa dirigiu-se aos peregrinos em diferentes idiomas. Em português, disse:

Amados peregrinos vindos do Brasil, de Portugal e demais países de língua portuguesa, sede bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, de modo especial a todos os acólitos e coroinhas aqui presentes. Que a exemplo do vosso padroeiro, São Tarcísio, possais crescer sempre mais no amor à Eucaristia que é o tesouro mais precioso que Jesus nos deixou. Que Deus derrame os seus dons sobre vós e vossas famílias, que de coração abençôo. Ide em paz!

Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana
Fonte: Zenit

Comunhão de joelhos



Belíssima, decisão do Santo Padre, em conjunto com seu mestre de cerimônias e demais servidores das liturgias pontifícias, de adotar o genuflexório para os fiéis que comungarem com ele.

Eis um trecho da homilia do Santo Padre em 2008


"Ajoelhar-se diante da Eucaristia é profissão de liberdade: quem se inclina a Jesus não pode e não deve prostrar-se diante de nenhum poder terreno, mesmo que seja forte. Prostramo-nos diante de um Deus que foi o primeiro a inclinar-se diante do homem, como Bom Samaritano, para o socorrer e dar a vida, e ajoelhou-se diante de nós para lavar os nossos pés sujos. Adorar o Corpo de Cristo significa crer que ali, naquele pedaço de pão, está realmente Cristo, que dá sentido verdadeiro à vida, ao imenso universo como à menor criatura, a toda a história humana e à existência mais breve. A adoração é a oração que prolonga a celebração e a comunhão eucarística na qual a alma continua a alimentar-se: alimenta-se de amor, de verdade, de paz; alimenta-nos de esperança, porque Aquele diante do qual nos prostramos não nos julga, não nos esmaga, mas liberta-nos e transforma-nos."

Citações sobre a Comunhão ser recebida pelo fiel ajoelhado

"A prática de ajoelhar-se para a Santa Comunhão tem uma tradição de séculos a seu favor, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado à luz da presença verdadeira, real e substancial de nosso Senhor Jesus Cristo sob as espécies consagradas" (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Prot. n. 1322/02/L, de 01/07/2002).

"Não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé" (Instrução Redemptionis Sacramentum, 91).


Santa Teresa de Jesus

Santa Teresa de Ávila



Nasceu - 28 de Março de 1515, em Ávila, Espanha

Morreu - 15 de Outubro de 1582 em Alba de Tormes, Espanha


Canonizada - 12 Março de 1622 por Paul V


Festa
Dia 15 de Outubro

Fundou a Ordem dos Carmelitas Descalças


Imagem de Filippo Della Valle, 1754

Localização na basílica de São Pedro
Abram essa foto de baixo, da para ver melhor!
ela é do local em que se encontra a imagem Santa Teresa, já na primeira coluna da direita (Norte) da Nave
da Basílica, nicho inferior, do lado das portas que dão acesso para a Praça de São Pedro.





quinta-feira, agosto 12, 2010

Tomai, Senhor, e recebei
toda a minha liberdade,
a minha memória,
o meu entendimento
e toda a minha vontade,
tudo o que tenho e possuo;
Vós mo destes;
a Vós, Senhor, o restituo.
Tudo é vosso,
disponde de tudo,
à vossa inteira vontade.
Dai-me o vosso amor e graça,
que isso me basta.

Santo Inácio de Loyola