segunda-feira, setembro 27, 2010

 Jovem esportista falecida aos 19 anos é Beatificada

Chiara Luce Badano


Pelo menos 25 mil pessoas se uniram no último sábado, no santuário do Divino Amor de Roma, para a beatificação de Chiara Luce Badano, jovem italiana falecida aos 19 anos (1971-1990) após uma longa doença durante a qual deu prova de autenticidade cristã.
Como no santuário cabiam apenas 5 mil peregrinos, os demais participantes assistiram à celebração, presidida em nome de Bento XVI pelo arcebispo Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, da esplanada contígua.
Muitos dos presentes - de 71 países - fazem parte do Movimento dos Focolares, cujo carisma foi vivido pela jovem.
Na homilia, Dom Amato definiu a nova beata como "uma garota de coração cristalino", "moderna, esportista, positiva que, num mundo rico de bem-estar, porém deficiente de tristeza e infelicidade, nos transmite uma mensagem de otimismo e transparência".
Em seguida, lembrou de acontecimentos simples e cotidianos da vida de Chiara Luce, na localidade italiana de Sassello, onde vivia; são fatos cheios de surpreendente radicalidade evangélica: desde quando dava o lanche aos pobres, até quando acolheu uma senhora marginalizada, ou quando dava testemunho em um café com os amigos, pois "o que importa não é só falar de Deus. Tenho de anunciá-lo com a minha vida".
Sua vida se tornou ainda mais luminosa depois que os médicos diagnosticaram nesta apaixonada pelo jogo de tênis um câncer nos ossos (osteosarcoma), início de uma doença que a levaria à morte.
Quando tiveram de amputar-lhe as pernas, a garota disse: "não tenho pernas, mas o Senhor me deu asas".
"Essa garota aparentemente frágil, era na realidade uma mulher forte", acrescentou Dom Amato. Ela encontrou esta força na espiritualidade do Movimento dos Focolares, fundado por Chiara Lubich, com quem a jovem manteve uma intensa relação epistolar e de quem recebeu o nome de Chiara Luce.
"É um momento histórico, uma confirmação, por parte da Igreja, de que a espiritualidade da unidade leva à santidade", afirmou Maria Voce, atual presidente dos Focolares, ao constatar que se trata da primeira pessoa que segue este carisma eclesial.
"É um novo compromisso - acrescentou. Chiara Luce nos convida a percorrer o caminho da santidade."
Dom Pier Giorgio Micchiardi, bispo de Acqui, diocese italiana na qual Chiara Badano viveu, agradeceu pela beatificação durante a celebração e desejou que ela "ajude os jovens e os nem tão jovens a buscarem decididamente a amizade plena com Jesus".
Na celebração, participaram 14 bispos de vários países e representantes de vários movimentos, como a Ação Católica, Santo Egidio, Renovação Carismática, Schoenstatt e associações de escoteiros.
No final da celebração, a mãe de Chiara, Maria Teresa, reconheceu que "foi uma emoção muito profunda, nosso reconhecimento a Deus por nos ter dado uma filha é infinito".
Por meio dos jornalistas presentes, deixou esta mensagem aos pais que descobrem a doença de seus filhos: "São momentos de grande dor, mas o consolo só pode vir de Deus. Ele nos apoiou com a força da unidade, uma força que não provém apenas da unidade entre nós, mas da potência da unidade que todas as pessoas do Movimento desencadearam".

ROMA, segunda-feira, 27 de setembro de 2010

quarta-feira, setembro 22, 2010

Católicos e ortodoxos debatem sobre o primado petrino no primeiro milênio


Viena acolhe nesta semana a 12ª Sessão Plenária da Comissão Mista
As Igrejas católica e ortodoxa estão debatendo nesta semana em Viena sobre a função que o bispo de Roma tinha na comunhão da Igreja durante o primeiro milênio. Isso se faz no contexto da 12ª sessão plenária da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre as duas Igrejas.
http://www.conexaoortodoxa.com/blog/wp-content/uploads/2010/05/ortodoxo-catolico-300x211.jpgA Comissão busca uma leitura comum dos fatos históricos e dos testemunhos relativos ao primado petrino no primeiro milênio, com a finalidade de alcançar uma desejável e possível interpretação compartilhada.
A convergência na interpretação histórica do primado petrino no primeiro milênio poderia auxiliar o avanço no diálogo entre os católicos e os ortodoxos sobre o tema central que os separa: o exercício do primado do Papa.
Mas se trata de uma questão complexa, “que exigirá um estudo profundo e um diálogo paciente”, destaca o jornal vaticano L'Osservatore Romano nesta quarta-feira.
De fato, a esperada sessão, que se celebra de 20 a 27 de setembro, aborda pela segunda vez o tema, depois da reunião no Chipre em 2009.
No geral – não focalizamos um período histórico –, a questão do primado na Igreja universal se encontra no centro da fase atual do diálogo entre católicos e ortodoxos, inagurada na sessão plenária de Ravena, em 2007.
Naquele encontro, a Comissão aprovou um documento chamado As consequências eclesiológicas e canônicas da natureza sacramental da Igreja: comunhão eclesial, conciliação e autoridade.
Este texto trata da relação entre conciliação e autoridade na Igreja em três níveis: local, religioso e universal.
Afirma que, em cada um destes níveis há um protos e um primus (bispo, metropolita - patriarca, bispo de Roma).
Entrando mais diretamente na problemática do protos no âmbito universal - o atual Papa de Roma -, o documento diz que católicos e ortodoxos coincidem em que “Roma, enquanto Igreja que preside na caridade, ocupava o primeiro lugar na taxis e que o bispo de Roma era portanto o protos entre os patriarcas” (Documento de Ravena, n. 41).
Esse mesmo documento indica a etapa seguinte do diálogo: a questão do bispo de Roma na comunhão de todas as igrejas.
Para desenvolvê-la, a Comissão mista elaborou um projeto de trabalho. Primeiro, foi decidido que inicialmente a atenção se concentraria no primeiro milênio, quando os cristãos do Oriente e do Ocidente estavam unidos.
Por isso, no início do ano de 2008, duas subcomissões mistas - uma de língua inglesa e outra francesa - trabalharam para acolher os elementos históricos mais característicos do período tomado em consideração.
No outono deste ano, o comitê misto de coordenação se reuniu para preparar o esboço do documento para a plenária da Comissão mista, que foi examinado no Chipre em 2009.
Na sessão plenária que se celebra agora na Áustria, a Comissão retomou o exame desse esboço de documento sobre a função específica do bispo da “primeira sede” durante o primeiro milênio.
A Comissão está composta por dois representantes de cada uma das Igrejas ortodoxas locais e por um número correspondente de membros católicos.
O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Kurt Koch, e o metropolitano de Pérgamo, Ioannis (Zizioulas), do patriarcado ecumênico, dirigem a reunião.
Numa recente entrevista ao L'Osservatore Romano, Dom Koch destacou sua esperança em que a reunião registre novos progressos no diálogo teológico entre católicos e ortodoxos.

VIENA, quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Fonte:Zenit

segunda-feira, setembro 20, 2010

Beatificado o sacerdote de Schoenstatt Gerhard Hirschfelder

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O sacerdote martirizado durante o nazismo, Gerhard Hirschfelder, pertencente ao primeiro grupo de sacerdotes do movimento de Schönstatt no campo de concentração de Dachau, foi beatificado ontem, na catedral de Munique.

O arcebispo de Colônia, cardeal Joaquim Meisner, representou o Papa na cerimônia e definiu o sacerdote - falecido no campo de concentração aos 35 anos - como um modelo para os jovens, segundo informou a Rádio Vaticano.
Peregrinos de toda a Alemanha e também da Polônia e da República Tcheca, onde a lembrança do sacerdote está muito viva, peregrinaram até a cidade alemã para assistir à beatificação.
O Pe. Gerhard Hirschfelder foi proclamado beato como "mártir e testemunha da fé". O cardeal Meisner destacou que o sacerdote rejeitou a inumana lógica nazista e recordou seu especial compromisso na pastoral juvenil.
O evento do domingo foi precedido por uma Eucaristia vespertina na igreja de Überwasser, no sábado à tarde, seguida de uma procissão com velas até a catedral e uma hora de oração silenciosa.

 

sábado, setembro 18, 2010

Bento XVI aos jovens

descobrir o “verdadeiro eu 

Para se descobrir o verdadeiro eu e encontrar Deus são necessários o silêncio e a oração, afirmou neste sábado o Papa Bento XVI aos jovens que o esperavam nos arredores da catedral de Westminster.

Milhares de jovens ingleses seguiram, através de telões, a Missa celebrada pelo Papa na catedral de Westminster. Ao término da celebração, Bento XVI saiu ao átrio para dali saudá-los e dirigir-lhes em breve discurso.
Recordando o lema desta viagem – “O coração fala ao coração” –, o Papa pediu que jovens “olhem no interior de seu próprio coração”, que pensem “em todo amor que seu coração é capaz de receber, e em todo amor que é capaz de oferecer”.
“Fomos criados para receber o amor, e assim tem sido”, afirmou o Papa. Ele convidou os jovens a “agradecer a Deus pelo amor que já conhecemos, o amor que nos fez quem somos, o amor que nos mostra o que é verdadeiramente importante na vida”.
“Precisamos dar graças ao Senhor pelo amor que recebemos de nossas famílias, nossos amigos, nossos professores e todas as pessoas que em nossas vidas nos ajudaram a nos dar conta do quão valiosos somos a seus olhos e aos olhos de Deus”.
O homem também foi criado para amar – prosseguiu o Papa. “Às vezes, isso parece o mais natural, especialmente quando sentimos a alegria do amor, quando nossos corações transbordam de generosidade, idealismo, desejo de ajudar os demais e construir um mundo melhor”.
“Mas outras vezes constatamos que é difícil amar; nosso coração pode-se endurecer facilmente pelo egoísmo, a inveja e o orgulho”.
http://www.dankuna.com/blog/wp-content/uploads/2008/06/westminster_abbey.jpgO amor – prosseguiu – “é o fruto de uma decisão diária. Cada dia temos de optar por amar, e isso requer ajuda”. Por isso, convidou os jovens a dedicarem tempo a Jesus na oração.
“A verdadeira oração requer disciplina; requer buscar momentos de silêncio todo dia. Muitas vezes significa esperar que o Senhor fale”.
“Inclusive em meio ao cansaço e às pressões de nossa vida cotidiana, precisamos de espaços de silêncio, porque no silêncio encontramos Deus, e no silêncio descobrimos nosso verdadeiro ser”, acrescentou o Papa.
Quando isso sucede – concluiu –, “ao descobrir nosso verdadeiro eu, descobrimos a vocação particular à qual Deus nos chama para a edificação de sua Igreja e a redenção de nosso mundo”.

LONDRES, sábado, 18 de setembro de 2010
Fonte: Zenit

sexta-feira, setembro 17, 2010

Bento XVI aos estudantes católicos britânicos

 

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 Não sejam medíocres, sejam santos

“Todos querem a felicidade, mas muita gente nunca a encontra”

“Espero que entre os que me escutam hoje esteja algum dos futuros santos do século XXI”, disse o Papa Bento XVI nesta sexta-feira para cerca de 4 mil estudantes católicos britânicos.

“Quando os convido a ser santos, peço que não se conformem em ser de segunda linha” – afirmou –, mas que aspirem a um “horizonte maior”. “Não se conformem em ser medíocres”.
Acompanhado do bispo de Nottingham e presidente da Comissão Episcopal de Ensino, Dom Malcolm P. McMahon, o Papa falou aos estudantes no campo desportivo do St Mary’s University College. Uma conexão o ligava a todas as escolas católicas britânicas.
“Não é frequente que um Papa ou outra pessoa tenha a possibilidade de falar de uma vez só aos alunos de todas as escolas católicas da Inglaterra, País de Gales e Escócia”, começou seu discurso. “Como tenho esta oportunidade, há algo que desejo enormemente lhes dizer”. Foi então que o Papa afirmou esperar que entre os que o ouviam estivesse “algum dos futuros santos do século XXI”.
“O que Deus deseja mais de cada um de vós é que sejam santos. Ele os ama muito mais do que jamais poderiam imaginar e quer o melhor para vocês. E, sem dúvida, o melhor para vocês é que cresçam em santidade”, disse.
“Talvez algum de vocês nunca antes tenha pensado nisso” – admitiu –, convidando-lhes a se perguntar “que tipo de pessoa” gostariam de ser de verdade.
“Ter dinheiro possibilita ser generoso e fazer o bem no mundo, mas, por si mesmo, não é suficiente para fazer feliz. Estar altamente qualificado em determinada atividade ou profissão é bom, mas isso não os preencherá de satisfação, a menos que aspirem a algo maior. Chegar à fama não faz feliz”.
“A felicidade é algo que todos querem, mas uma das maiores tragédias deste mundo é que muita gente jamais a encontra, porque busca a felicidade nos lugares errados”, afirmou Bento XVI.
Por isso – recordou –, “a verdadeira felicidade encontra-se em Deus. Precisamos ter o valor de pôr nossas esperanças mais profundas somente em Deus, não no dinheiro, na carreira, no êxito mundano ou em nossas relações pessoais, mas em Deus. Só Ele pode satisfazer as necessidades mais profundas de nosso coração”.
O Papa convidou os jovens a serem “amigos de Deus”. “Quando se começa a ser amigo de Deus, tudo na vida começa a mudar. À medida que o conhecem melhor, percebem o desejo de refletir algo de sua infinita bondade em sua própria vida”.
“Quando tudo isso começa a acontecer, vocês estão no caminho da santidade”, afirmou o Papa.
Neste sentido, convidou-os a ser “não só bons estudantes, mas bons cidadãos, boas pessoas”.
“Não se contentem em ser medíocres. O mundo necessita de bons cientistas, mas uma perspectiva científica torna-se perigosa se ignora a dimensão religiosa e ética da vida, da mesma maneira que a religião se converte em limitada se rejeita a legítima contribuição da ciência em nossa compreensão do mundo”.
“Precisamos de bons historiadores, filósofos e economistas, mas se sua contribuição para a vida humana, dentro de seu âmbito particular, enfoca-se de modo demasiado reduzido, pode nos levar por mau caminho”, explicou o Papa.
O pontífice também se dirigiu aos alunos não católicos que estudam nas escolas católicas, convidando-os a “se sentir movidos à prática da virtude” e a crescer “no conhecimento e na amizade com Deus junto de vossos companheiros católicos”.
“Vocês são para eles um sinal que recorda esse horizonte maior que está fora da escola, e, de fato, é bom que o respeito e a amizade entre membros de diferentes tradições religiosas forme parte das virtudes que se aprendem em uma escola católica”, concluiu.

LONDRES, sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fonte: Zenite

 

 

quarta-feira, setembro 15, 2010

Papa confia doentes a Nossa Senhora das Dores


Ficheiro:Aleijadinho - Nossa Senhora das Dores-1.jpg

 Nossa Senhora das Dores também chamada Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Angústias, Nossa Senhora das Lágrimas, Nossa Senhora das Sete Dores, Nossa Senhora do Calvário ou ainda Nossa Senhora do Pranto, e invocada em latim como Beata Maria Virgo Perdolens, ou Mater Dolorosa

No final da audiência geral de hoje, o Papa quis confiar os doentes, jovens e recém-casados a Nossa Senhora das Dores, recordando a memória litúrgica que a Igreja celebra hoje.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN1ruHZ35ycKZGHRPg4YhPlyEHo12dsuRB3yBJwkTVTnbGzBCS6C8hYGsP6uN_5bcc__GqPfluVDWz_t_56IJlqKTskQFo0jMPOArG0fNz40QFvY4HXHyrjz4j8ls9zPtG-B8PoLK-rBpE/s400/Piet%C3%A0.jpgA Beata Virgem Maria das Dores "permaneceu com fé junto à cruz do seu Filho", afirmou o Papa. Por isso, o Pontífice se dirigiu aos doentes, desejando-lhe que possam "encontrar em Maria consolo e apoio para aprender do Senhor Crucificado o valor salvífico do sofrimento".
Também se dirigiu aos jovens, exortando-os a "não ter medo de permanecer, também vós, junto à cruz, como Maria".
"O Senhor vos infundirá valor para superar todo obstáculo em vossa existência cotidiana", garantiu-lhes.
Por último, dirigiu-se aos recém-casados, a quem incentivou a "abrir-se com confiança a Nossa Senhora das Dores, nos momentos de dificuldade, pois Ela vos ajudará a enfrentá-los com sua intercessão maternal".

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Fonte: Zenit

 

segunda-feira, setembro 13, 2010

  Exaltação da Santa Cruz

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHzg3kkasO9TTW91CoTJ5fXx7cQzdjvUFodiQWBhFNC39KhvEcE7SJgHcc_HJJEibZ_Y4Z9hm-ky8qqEbRaG50BaCd7FxGw_LdZeTcb-9S0tx0TcHkJiyK61UxnF4KH7Zc6KRcaWW3RYY/s400/Crucifix%C3%A3o+1.bmp

A Festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos hoje, 14 de setembro, é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, a cruz é o maior símbolo de nossa fé, cujos traços nós nos persignamos desde o início do dia, quando levantamos, até o fim da noite ao deitarmos. Quando somos apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.

A Cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19)

No deserto, a serpente também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor, com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto, dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se curaria. (Nm 21,8-9)

Esses símbolos do passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado no lenho da Cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida eterna vêm do Cristo levantado no alto da Cruz, de onde Ele atrai para si os olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de Festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te cantamos louvor!”

A Cruz não é uma divindade, um ídolo feito de madeira, barro ou bronze, mas sim, santa e sagrada, onde pendeu o Salvador do mundo. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela CRUZ, o Senhor continua a derramar sobre nós.

O Que é o Pálio?




Desenvolvimento e forma

http://www.regiaosantana.org.br/site/images/diversos/noticias-62On6TIg5D43atlt24E9qpIUvNs81t2T.jpgNão se pode determinar o período em que o pálio foi introduzido. De acordo com o liber pontificalis, já estava em uso em Roma na pouco antes da metade do séc. IV, pois lá se diz que o papa Marcos († 336) presenteou com o pálio o bispo de Óstia, consagrador do papa. Por mais fidedigna que seja esta informação, em todo caso o pálio deve ter sido usado em Roma pelo menos desde antes do séc. VI, senão o autor do liber pontificalis, que viveu no início do séc. VI, não teria podido se referir à sua concessão ao bispo de Óstia por parte de um papa da primeira metade do séc. IV. Mas também concessões mais seguramente atestadas, por exemplo, a São Cesário de Arles, em 513, pelo papa Símaco, provam que o pálio entrou em uso em Roma pelo menos no decurso do séc. V.
No ocidente, sempre, apenas o papa tem tido direito próprio de vestir o pálio; todos os outros bispos sempre foram apenas autorizados a usá-lo por uma concessão especial dada por ele. Alguns exemplos de concessões do pálio são já encontrados no séc. VI, especialmente no pontificado de Gregório Magno. Foram, sobretudo, os vigários papais e os metropolitas achados dignos da honra do pálio, mas provavelmente simples bispos também, sufragâneos do metropolita de Roma, bem como bispos que não pertenciam àquela circunscrição, entre os quais o primeiro a obter o pálio foi Siágrio de Autun, das mãos de Gregório Magno. O pálio certamente não terá já se tornado um ornamento geral dos arcebispos por volta do séc. VI, mas provavelmente nem mesmo no séc. VIII. Em todo caso, como podemos ver nas correspondências entre São Bonifácio e o papa Zacarias, durante a época em que viveram não havia obrigação para os metropolitas de pedirem o pálio em Roma. Tal obrigação se pode ver apenas na segunda metade do séc. IX e deve ter entrado em prática aproximadamente entre os anos 750 e 850. Sua introdução teve como propósito uma mais profunda conexão entre os metropolitas e a Sé de Pedro, o centro de unidade da vida eclesial, a eliminação dos esforços de auto-engrandecimento de alguns metropolitas daquele tempo e uma nova consolidação da estrutura de metropolitas, que havia entrado em dissolução e decadência. (...)
Muito interessante é a história do desenvolvimento original do pálio. Tendo sido, sem dúvida, originalmente uma veste dobrada em si mesma na forma de uma faixa, de acordo com todas as evidências já estava em uso no séc. VII, e já no séc. VI como uma mera faixa branca. Era colocado ao redor dos ombros, pescoço e peito de tal maneira que uma extremidade descesse pela frente do ombro esquerdo e a outra por trás. Alfinetes para fixar o pálio não foram usados inicialmente, e provavelmente entraram em uso no séc. VIII, provavelmente conforme uma nova maneira de se colocar o pálio: deixando as duas extremidades caírem pelo meio do peito e das costas, ao invés de pelo ombro esquerdo, como até então; uma inovação que certamente exigiu o uso de alfinetes. A mudança não foi tão significativa, mas foi o primeiro passo para a última mudança completa na remodelagem do pálio. O próximo passo consistiu em dar permanentemente ao pálio, através de uma nova costura das partes unidas, a forma que até então só tinha quando vestido [da última maneira descrita]. Quando isso ocorreu não se pode determinar com exatidão, mas em todo caso logo após o primeiro passo, e tão cedo também fora de Roma, onde o pálio ainda no séc. IX obteve uma forma fixa. O terceiro e ultimo passo foi dar ao pálio a forma de um anel (círculo), com uma tira pendente na frente e atrás. A metade da esquerda era feita, em memória do uso original, de uma camada dupla de tecido. Assim colocado, o pálio, na forma de T, em oposição ao anterior, na forma de Y, agora desce sobre os braços e não sobre os ombros. O pálio moderno agora estava essencialmente completo, sendo apenas necessário diminuir suas medidas. Esta diminuição teve início aproximadamente no séc XIV, mas se acentuou mais desde o fim do séc. XV, até finalmente chegar, no decurso do séc. XVII às dimensões de hoje, sendo que uma posterior diminuição não seria mais possível. Uma visão geral desta transformação do pálio pode ser vista nesta imagem:



Quanto ao material do pálio, desde tempos imemoriais tem sido feito de lã branca, mas mesmo no séc. X outros materiais não eram por si inadmissíveis, como se deduz de uma bula do papa João XV ao Arcebispo Liavizo de Hamburgo.

Como ornamentos do pálio apenas cruzes têm sido empregadas. No início apenas duas eram usadas, uma na extremidade da frente e outra na de trás. Um número maior só parece ter se tornado comum durante o séc. IX, sendo que não existiu nenhum preceito determinado quanto a isso em toda a idade média. O pálio do Arcebispo Klemens August de Colônia († 1761) ainda mostrava oito cruzes, não seis como atualmente.

Quanto à cor, nos monumentos mais antigos as cruzes eram normalmente pretas, sendo que aparecem vermelhas também. A maioria dos liturgistas medievais descrevem as cruzes como vermelhas. Nos poucos pálios que foram preservados da idade média, as cruzes são pretas na sua maioria e azul escuro; são vermelhas no fragmento de um pálio do séc. XV, do museu da catedral de Trier. Das oito cruzes do pálio do Arcebispo Klemens August, duas eram pretas e as outras vermelhas. Em resumo, em relação à cor das cruzes, até os tempos mais recentes não havia nenhuma regra fixa, apenas que seriam pretas (ou azul escuro) ou vermelhas, mas não de outra cor.
[...]
Os alfinetes, com que se fixa o pálio desde o séc. VIII, permaneceram mesmo quando o pálio recebeu uma forma fixa, talvez inicialmente ainda para afixar o pálio à casula. Depois, pelo menos até 1300, eram apenas mera decoração, razão pela qual atualmente há presilhas ou nós junto às cruzes para receber os alfinetes.
[...]
Quanto aos dias de uso, o pálio usado pelos arcebispos e [alguns] bispos é restrito. É apenas em certas festas solenes citadas no Pontificale e em ocasiões muito especiais, como as Sagradas Ordenações e a bênção de abades e religiosas, em que devem usar esta vestimenta, a não ser que lhes tenha sido concedido algum privilégio especial.


Significado

Bem cedo no séc. VI o pálio foi considerado uma veste litúrgica, a ser usada apenas na igreja e, de fato, somente durante a Missa, a menos que um privilégio especial determinasse algo mais. Isto se prova pela correspondência entre Gregório Magno e João de Ravena sobre o uso do pálio. As normas que regulavam o uso original do pálio não podem ser determinadas com segurança, mas seu uso, mesmo antes do séc. VI, parece ter um caráter definitivamente litúrgico. Desde tempos antigos algumas restrições mais ou menos limitaram o uso do pálio a certos dias. Seu uso indiscriminado, permitido a Hincmar de Reims, por Leão IV (851), e a Bruno de Colônia, por Agapito II (954), era contrário ao costume geral. Nos séc. X e XI, como hoje, a regra geral era limitar o uso do pálio a poucas festas e a outras ocasiões extraordinárias. O caráter simbólico ligado ao pálio data do tempo em que se tornou obrigação para os metropolitas a petição da permissão à Santa Sé para usá-lo. A evolução deste caráter se concluiu por volta do fim do séc. XI; desde então o pálio é sempre designado nas bulas papais como símbolo da plenitudo pontificalis officii. No séc. VI o pálio era símbolo do ofício e da potestade papal, e por essa razão o papa Félix transmitiu seu pálio ao seu arquidiácono, quando, contrário ao costume, ele o nomeou seu sucessor. Por outro lado, quando usado pelos metropolitas, o pálio originalmente significou simplesmente a união com a Sé Apostólica, e foi símbolo das virtudes que devem adornar a vida daquele que o veste.

Origem

Há muitas e diferentes opiniões sobre a origem do pálio. Alguns o ligam a uma investidura por parte de Constantino Magno (ou um de seus sucessores); outros o consideram uma imitação do efod dos hebreus, paramento umeral do sumo sacerdote. Outros também declaram que sua origem se liga a um manto de São Pedro, que era símbolo de seu ofício de supremo pastor. Uma quarta hipótese encontra sua origem no manto litúrgico que, afirmam, era usado pelos primeiros papas, e que no passar do tempo foi dobrado na forma de uma faixa; uma quinta diz que sua origem data do costume de dobrar o manto comum - pallium, uma veste exterior em uso nos tempos imperiais; uma sexta declara que foi introduzido imediatamente como um adorno litúrgico do papa, o qual, porém, não era inicialmente uma faixa estreita de pano, mas, como o nome sugere, uma veste larga, longa e dobrada. (…) Dar sua origem a uma investidura do imperador, ao efod do sumo sacerdote judeu ou a um lendário manto de São Pedro é completamente inadmissível. A visão correta deve ser a de que o pálio foi introduzido como insígnia litúrgica do papa, e não parece improvável que tenha sido adotado como um similar de sua contraparte, o omofórion pontifical, ainda em uso na Igreja Oriental.

Festa da Natividade da Virgem Maria Mãe e Mestra da Igreja

imageO mais antigo documento comemorando esta festa vem do séc. VI. São Romano, o grande lirista eclesiástico da Igreja Grega, compôs um hino (Card. Pitra, "Hymnographia Græca", Paris, 1876, 199) o qual é uma redação poética do Evangelho Apócrifo de São Tiago. São Romano era natural de Emesa, na Síria, diácono de Berytus e depois na igreja Blachernæ em Constantinopla, e compôs seu hino entre 536~556 (P. Maas em "Byzant. Zeitschrift", 1906). A festa deve ter se originado na Síriaou na Palestina no começo do séc. VI, quando depois do Concílio de Éfeso, sob influência dos "Apócrifos", o culto da Mãe de Deus se intensificou grandemente, especialmente na Síria. Santo André de Creta, no começo do séc. VIII, pregou vários sermões sobre esta festa (Lucius-Anrich, "Anfäge des Heiligenkultus", Tübingen, 1906, 468). Procura-se evidências para mostrar por que o dia 8 de setembro foi escolhido para esta data. A Igreja de Roma adotou-a do Oriente no séc. VII. É encontrada nos Sacramentários Gelasiano (séc. VII) e Gregoriano (séc. VIII a IX). Sérgio I (687~701) prescreveu uma ladainha e uma procissão para esta festa (P.L. cxxviii, 897 ss.). Desde que a história da Natividade de Maria é conhecida apenas de fontes apócrifas, a Igreja Latina foi lenta em aceitar a festa oriental. Ela não aparece em vários calendários que contém a Assunção, por exemplo o Goto-galicano, o de Luxeuil, o Calendário Toledano do séc. X e o Calendário Mozarábico. A Igreja de Angers, na França, clama que São Maurílio instituiu esta festa em Angers por causa de uma revelação, por volta de 430. Na noite de 8 de setembro, um homem ouviu anjos cantando no céu e, perguntando a razão, contaram-lhe que se alegravam porque a Virgem tinha nascido naquela noite (La fête angevine N.D. de France, IV, Paris, 1864, 188); mas esta tradição não está substanciada por provas históricas. A festa é encontrada no calendário de Sonnatius, Bispo de Reims, 614~631 (Kellner, Heortologia, 21). Ainda assim não se pode dizer que tenha sido celebrada, de modo geral, nos séc. VIII e IX. São Fulberto, Bispo de Chartres (+1028), fala dela como de uma instituição recente (P. L., cxli, 320, ss.); os três sermões que ele escreveu são os mais antigos sermões latinos genuínos sobre esta festividade (Kellner, "Heortologia", Londres, 1908, 230). A oitava foi instituída por Inocêncio IV (1243) em concordância com um voto feito pelos cardeais no conclave do outono de 1241, quando foram mantidos prisioneiros por Frederico II por três meses. Na Igreja Grega a apodosis (solução) da festa tem lugar a 12 de setembro, em conta da festa e da solenidade da Exaltação da Cruz, a 13 e 14 de setembro. Os coptas, no Egito, e os abissínios celebram a Natividade de Maria a 1º de maio, e continuam esta festa sob o nome de "Semente de Jacó" por 33 dias (Anal. Juris Pont., xxi, 403); ele também a comemoram no dia primeiro de cada mês (priv. letter from P. Baeteman, C.M., Alikiena). Os coptas católicos adotaram a festa grega, mas a guardam a 10 de setembro (Nilles, "Kal. Man.", II, 696, 706).
Viva a Menina Maria!

quarta-feira, setembro 01, 2010

Cardeal lamenta perda da dimensão sobrenatural da virtude da obediência
 
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Dom Eugenio Sales assinala importância da fidelidade e lealdade à própria vocação

RIO DE JANEIRO, quarta-feira, 1º de setembro de 2010 - ( O cardeal Eugenio de Araújo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, afirma que, “em certos meios eclesiásticos, causa estranheza perceber restrições veladas às diretrizes do Santo Padre”.
Em artigo divulgado no dia 26 pela arquidiocese do Rio, Dom Eugenio lamenta a perda da dimensão sobrenatural da virtude da obediência, em espírito verdadeiramente evangélico.
Segundo Dom Eugenio Sales, a virtude da obediência “é parte integrante na vida do cristão. Este, iluminado pela Fé, vê no Sucessor de Pedro e em seu próprio Bispo não apenas o homem, mas o próprio Cristo que eles representam”.
“Essa atitude tem sua tradução teológica na ideia de ‘communio’, comunhão que une todos os discípulos de Jesus, pela adesão à Igreja. Ela está sob o pastoreio do Colégio Apostólico, cuja cabeça é Pedro, dos Bispos com e sob o Papa, para usar a expressão conciliar.”

Segundo o cardeal, esta dimensão sobrenatural da obediência transcende a simples dimensão humana.
“Por isso, quando tomo conhecimento de comentários desairosos ou apreciações restritivas a quem serve o Papa, no cumprimento da missão que lhe foi confiada pelo Senhor, fico a pensar se ainda há espírito de Fé em tais pessoas”, afirma.
O arcebispo emérito do Rio assinala ainda o avanço do relativismo, “que se insinua sempre mais fortemente em meios eclesiásticos, entre sacerdotes e na vida religiosa”. “A obediência, há quem o afirme, deve primeiro passar pelo crivo da própria opinião, do discernimento pessoal. O critério não é mais a verdade objetiva, é o meu próprio eu.”

“Tal mentalidade errônea, fortalecida pela omissão dos que se recolhem para evitar atritos, provoca não apenas uma falta de submissão ao Magistério, mas uma resistência aos legítimos Pastores, para espanto dos leigos fiéis. Os exemplos estão aí, bem como seus frutos de rebeldia insana que escandaliza os bons, afasta os débeis e dificulta a difusão do Evangelho.”

Dom Eugenio Sales considera que “é tempo de recuperarmos a virtude da obediência. É preciso voltar a ouvir, no íntimo da nossa consciência, a voz de Cristo: ‘Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, é a mim que despreza’ (Lc 10, 16)”.

Segundo o cardeal Sales, “a principal preocupação de todo o cristão há de ser a fidelidade, a lealdade à própria vocação, como discípulo que quer seguir o Senhor”.
O arcebispo emérito cita palavras de Bento XVI em sua recente viagem a Portugal: ‘Se o Batismo é um verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial’”.

Fonte ZENIT